O Rio Grande do Sul está vivendo a maior catástrofe climática de sua história – e seus reflexos persistem. As enchentes foram devastadoras e, de acordo com os dados mais recentes da Defesa Civil, 2.304.433 pessoas foram afetadas com o evento climático. Além disso, 540.188 pessoas estão desalojadas e 77.202 estão vivendo em abrigos. 

Neste cenário desolador, é fundamental entender a importância dos cuidados com a saúde mental dos gaúchos, especialmente agora que se inicia a retomada do cotidiano. As pessoas precisam voltar a trabalhar, estudar e, ao mesmo tempo, reunir forças para reconstruir o que perderam. É um momento delicado que requer atenção para garantir uma transição suave e reduzir os impactos futuros do trauma.

Impactos psicológicos de um trauma coletivo

A vivência de um desastre natural dessa magnitude pode causar um trauma coletivo significativo. Além das perdas materiais e das vidas interrompidas, a destruição das casas representa a perda de memórias valiosas, como os momentos felizes vividos dentro desses lares. Fotos de família, lembranças de infância, almoços de domingo – muita coisa se foi com a água. E essa perda intangível também impacta profundamente a saúde mental das pessoas.

Em uma reportagem veiculada no Fantástico no dia 19 de maio de 2024, Christian Haag Kristensen, professor de Psicologia na PUC/RS, mencionou que os transtornos mais comuns a se esperar a partir de agora são depressão, transtorno de ansiedade e transtorno de estresse pós-traumático (TEPT). Dessa forma, o apoio psicológico se mostra essencial tanto nos momentos imediatos após o desastre, quanto futuramente.

Pesquisas e experiências anteriores demonstram que as vítimas que recebem apoio psicológico nas primeiras semanas após o evento traumático têm menos chances de desenvolver problemas mais graves no futuro. Portanto, o apoio psicológico precoce ajuda a mitigar os efeitos devastadores do trauma, evitando os quadros mencionados por Kristensen. O atendimento profissional contribui, assim, para a recuperação e a retomada das atividades diárias o mais rápido possível.

Como cuidar da saúde mental para a retomada da vida cotidiana?

Sabemos que, apesar dos traumas deixados pelas enchentes no Rio Grande do Sul, a vida eventualmente retomará seu fluxo. As empresas voltarão às suas atividades e o trabalho precisará recomeçar. A limpeza e a reconstrução, em particular, exigirão força física e mental dos gaúchos.

Desse modo, algumas dicas são: 

Buscar apoio profissional: Psicólogos e psiquiatras podem auxiliar com apoio profissional, com estratégias e técnicas para lidar com o estresse e o trauma. Desse modo, é fundamental que as vítimas procurem ajuda profissional caso sintam necessidade.

Estabelecer uma rotina: Retomar uma rotina, mesmo que simples, pode proporcionar uma sensação de normalidade e controle. Assim, as pequenas atividades diárias podem ajudar a reconstruir um senso de estabilidade e segurança.

Alimentação balanceada: A saúde física está intimamente ligada à saúde mental. Por isso é interessante manter uma alimentação equilibrada, mesmo que a pessoa não sinta fome. Uma dieta adequada contribui para a qualidade de vida e previne doenças que podem surgir devido à má alimentação. 

Evitar o isolamento: Em momentos de tristeza, como o que o Rio Grande do Sul vem enfrentando no último mês, pode ser comum que as pessoas procurem se isolar e evitem interações sociais. No entanto, manter-se conectado com outras pessoas pode ser benéfico para a saúde mental. O apoio social, seja de amigos, familiares ou voluntários, representa uma das maiores fontes de resiliência.

Após a catástrofe que atingiu o Rio Grande do Sul, o momento de recuperação exige um esforço conjunto e uma abordagem abrangente, incluindo cuidados com a saúde mental. O apoio psicológico imediato e contínuo é essencial para ajudar a população a retomar suas vidas. 

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